sexta-feira, 20 de junho de 2008

Amor e concupiscência

"O amor quer o outro ser e o quer na forma de libido, eros, philia ou agape. A concupiscência, ou libido distorcida, quer o próprio prazer através do outro ser, mas não quer o outro ser. Esse é o contraste entre libido como amor e libido como concupiscência."

(Paul Tillich, Teólogo Alemão)

Tillich sabiamente soube distinguir entre a libido associada ao fenômeno amoroso, da libido associada à concupiscência da carne (lascívia). Vivemos numa sociedade cada vez mais erotizada -- no pior sentido da palavra -- onde a forma, o "shape", sobressai em detrimento do conteúdo, do intelecto. Coisas típicas de uma sociedade imediatista, que não se aprofunda em suas questões, e que, para fugir de suas próprias mazelas, refugia-se cada vez mais no entretenimento, no "pão e circo", onde, também, o pão é o corpo alheio e o circo se localiza no lugar "da caça", da busca pelos corpos sarados das boates, das raves, das micaretas.

A que tipo de libido devemos nos sujeitar?

Àquela que é vinculada à sabedoria, que, por conseguinte, é associada ao amor.

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