segunda-feira, 7 de março de 2011

Deixe de ser Deus


Um livro que pode converter você em homem de novo

Deus está morto? Uma dos movimentos intelectuais mais detestáveis da atualidade é o dos pregadores ateus. Eles já responderam à pergunta que acabo de fazer, sem dar tempo ao tempo ou ao esquecimento. Dizem que sim. Pensadores como Richard Dawkins e jornalistas como Christopher Hitchens se acham no direito de interpelar seus leitores e seu público de palestras para questionar a validade da fé alheia. Há três anos, eles passaram a adotar a postura agressiva ao preconizar que os creacionistas são ridículos, que Deus não existe e a religião é o ópio do povo. É uma opinião a ser respeitada. Mas o modo como esses pensadores atuam no eterno debate sobre a fé soa prepotente. Os ativistas sem-Deus desprezam interlocutores. Ostentam sua superioridade intelectual e acadêmica para intimidar aqueles que são tementes a Deus. No fundo, o que esses professores enfurecidos anseiam é tomar o lugar da divindade e se tornar deuses da Religião da Ciência. Querem assassinar Deus e virar... deuses.

De minha parte, sou tão cético que não quero nem posso descrer em Deus. Se Ele estivesse morto e Christopher Hitchens redigisse o atestado de óbito, eu talvez visitasse o Seu túmulo para levar-Lhe flores. Nem por isso aceito virar alvo da intolerância ateísta. O fato de aceitar forças superiores ou de compreender perfeitamente a fé e a espiritualidade, sem alcançá-la, não me impede de acreditar também na teoria da evolução de Charles Darwin. Tenho dúvidas sobre a forma da divindade, ou seja lá o que for, se é Natureza, antepassados, ou pura energia. Separo fé de mundo concreto. A metafísica, dizia Borges, é a forma superior da literatura fantástica. E eu creio na fantasia. Não acho, enfim, que os cientistas tenham o direito de assumir o papel de xamãs da Ciência e investir contra os outros com suas poderosas armas lógicas de destruição em massa.

Para eles e aqueles que se acham Deus, tomo a liberdade de assumir o papel de conselheiro de almas. Gostaria de prescrever um dos livros mais interessantes que li nos últimos meses – e certamente uma das obra mais importantes da literatura brasileira de 2009. E é por isso que escrevo esta coluna, não para fazer uma jeremiada debruçado sobre Deus morto e Seus detratores. Escrevo para falar do romance Como deixei de ser Deus (Topbooks, 150 páginas, R$ 29,00), do escritor mineiro Pedro Maciel. É conveniente não confundir a obra com mais um daqueles títulos de autoajuda ficcional que infestam as livrarias que restaram pelo mundo. O poder do texto de Maciel é o do pensamento negativo, se pela expressão entendemos o impulso da reflexão crítica e metafísica sobre a existência humana e seu papel no universo.

A história do livro, se ela pode ser resumida, presta-se a várias interpretações, como obras literárias que se prezam. Tenho para mim duas leituras. O personagem-narrador afirma: “Eu morri em 2046”. Pode ser o drama de alguém que se crê Deus e, progressivamente, mesmo deslumbrado de si próprio, despe-se da empáfia ao se dar conta de sua condição mortal. Ou então a história da própria queda de Deus. Estatelado no deserto do planeta Terra, ele (não mais Ele) descobre que não passa de um ser imitado e passageiro no tempo e do espaço. E que o mundo que acabou de descobrir não é o seu (e não mais Seu) mundo. Ambas as tramas são fascinantes e levam à reflexão sobre a transcendência em um mundo esfrangalhado pela desumanização, o niilismo e a aniquilação.

Mas o melhor do livro é a forma que o autor adota para construir a “narrativa”. Em vez dos procedimentos comuns da prosa, ele conta a derrocada dessa estranha deidade protagonista por meio de aforismos, frases curtas que impressionam pelo caráter assertivo e, ao mesmo tempo, pela fragilidade do sujeito que as redige. Um sujeito que se desloca a tal ponto de o leitor jamais conseguir capturá-lo. É como se Deus ou um genérico se esgueirassem de qualquer possibilidade de apreensão, ou definição exata, ocultando-se em um fragmento encarnado em volume.

Pedro Maciel se porta como um cético apavorado pela exatidão. De tão descrente, passa a sugerir que acredita. Seus aforismos – e de outros autores citados, mas não mencionados - assumem a condição poemas precários ou capítulos curtos e falhos. Nisso, Como deixei de ser Deus não tem nenhum similar na literatura de que eu tenho notícia. Porque o gênero sintético do aforismo (Friedrich Schlegel denominou o aforismo de um ensaio condensado que se assume como fragmento) é usado para transmitir mensagens, não contar histórias. O narrador (ou sujeito lírico, ou filosófico) descreve-se assim, na terceira pessoa do singular. “ele pensa que é deus mas não passa de um pobre diabo (...) loucos guardam tristezas ancestrais”. Para definir a intenção da obra, ele cita Montaigne: “O que me faz rir não são as nossas loucuras, mas os nossos saberes”. E como a dar um recado aos beatos da ciência, ensina: “O que nos impede de construir pontes sobre os vazios? Metafísica é recordar o mundo; física é lembrar do mundo o tempo todo.” E a filosofia? “Tudo é filosofia, mas nem tudo é poesia. A filosofia poderia ser mais bem expressa como poesia”. E “há dias que são como poemas, não servem para nada”.

O pequeno e denso livro de Maciel está tão repleto de paradoxos enumerados no fio de ditos, que, no final, o leitor sente alívio em se descobrir humano novamente. Por essa razão, talvez, os ateístas panfletários, caso se dispusessem a lê-lo, poderiam receber lições e perder a mania de grandeza. Como diz o personagem-narrador: “Graças a deus que ninguém é deus!”

Luís Antônio Giron, no site da Época.

Cristianismo e Ateísmo

Entenda o que o ateísmo, e as suas diferentes formas de manifestação no mundo moderno
Rev. Augustus Nicodemus Lopes

O que é o ateísmo? A palavra “ateu” vem do grego “a” (sem) e “theos” (deus). É a negação teórica ou prática da existência­ de uma divindade. O sentido do termo tem variado consideravelmente na história. Até mesmo os cristãos primitivos foram considerados ateus, por não crerem nos deuses greco-romanos.
Na cultura ocidental moderna onde vivemos, predomina o monoteísmo cristão (a crença na existência­ de um único Deus). Portanto, ateu é quem nega a existência de uma divindade transcendente, perfeita, criador pessoal do universo, como afirmam os cristãos (e também, judeus e muçulmanos).

No mundo moderno, existem diversas formas de ateísmo que de maneiras variadas negam a existência de Deus:

Ateísmo filosófico. Pessoas de muita influência na história da humanidade têm atacado diretamente o conceito de religião em geral e do cristianismo em particular, como Marx, Freud, Feuerbach, Nietzche, Sartre. De formas diferentes­, afirmam que não se pode provar racionalmente que Deus existe. Não há muitos ateus filosóficos no Brasil (menos de 2% na última pesquisa da VEJA). Entretanto, é bem maior o número daqueles que, sem se declararem ateus, acreditam em alguns dos pontos do ateísmo.

Panteísmo. Do grego “pan” (tudo) e “theos” (deus). Ensina que tudo é deus e deus é tudo. Nem todo ateu é sem religião. Budistas e taoístas (religiões orientais) não acreditam num deus pessoal, mas numa força cósmica que penetra e une todas as coisas.

Politeísmo. Do grego “poli” (muitos) e “theos” (deus). Crê na existência de muitos deuses. Rejeita o conceito de um único deus pessoal, perfeito e criador do universo.

Deísmo. Acredita num deus pessoal, perfeito e criador do universo, mas nega que ele se envolva na vida diária das pessoas e na história do mundo.

Ateísmo prático. Muitos professam crer num deus, mas vivem como se ele não existisse ou fizesse diferença.

A Bíblia tem muito a dizer sobre o ateísmo: (1) É uma tolice que tem raiz no coração depravado do homem, Sl 14.1; 53.1; (2) É um esforço do homem em negar o que sua consciência diz, Rm 1.18-23; (3) Até os animais saberiam dizer que Deus existe, Jó 12.7-10.

Existem duas grandes dificuldades com o ateísmo em geral:

É contrário à razão e à ex­periência humana. A história tem provado vez após vez que é impossível suprimir o desejo pelo divino que existe no coração da humanidade (de qualquer época, em qualquer lugar). O ateísmo não consegue dar descanso à mente e ao coração humano. Após um período onde o ateísmo pareceu triunfar (racionalismo) a humanidade retorna outra vez ao misticismo. A mesma história testifica que existem profundos instintos religiosos dentro do peito humano. Negar isso não é cientifico. De onde vêm esses instintos? “Seria irracional admitir a existência desses desejos e tendências e ainda assim acreditar que eles não correspondem a nada que exista fora do homem, ou que essa tendência não tenha qualquer alvo” (Reville).

Não explica a existência do homem e do universo em geral. Não se pode negar a existência do homem e do universo. Mas, de onde vieram? O ateísmo não tem respostas adequadas a essas perguntas. O evolucionismo materialista já está sendo descartado, como descartados foram antes dele outras teorias para explicar o surgimento do universo, pois não explica a evidência clara de que existe propósito, ordem e harmonia no universo.

Diante da possibilidade de encontrar pessoas assim, o cristão deve: (1) Orar sempre, pedindo sabedoria para responder (Tg 1.5); (2) Ter respostas razoáveis aos argumentos dessas pessoas (1 Pd 3.15); (3) Lembrar que somente Deus pode iluminar o entendimento das pessoas (1 Co 2.9-16).

Finalmente lembremo-nos que o pior tipo de ateísmo é aquele dos cristãos somente de nome, mencionados por Paulo: “No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras” (Tito 1:16).

domingo, 6 de março de 2011

Diálogo entre um ancião e um ateu - parte 2

Continuação das exposições do dialogo entre o Ancião Epiphanios Theodoropoulos com um ateu marxista.

Ateu:
Você viu essas coisas? Como você pode acreditar nelas?

Ancião:
Não, eu não vi nada disso, mas outros viram: os Apóstolos. Eles, por sua vez fizeram esta descoberta por nós, e na verdade eles "assinam" o seu testemunho com seu próprio sangue.
E, como todos reconhecem, um testemunho dado com a própria vida é a forma suprema de testemunho.
Por que você não me traz o mesmo, alguém que me diga que Marx morreu e ressuscitou, e que tal testemunha está disposta a sacrificar sua vida para testemunhar isso? I,Se for um homem honesto, poderia se acreditar nele.

Ateu:
Mas digo a você que há milhares de comunistas que foram torturados
e morreram por sua ideologia. Por que então você não vê o comunismo, da mesma forma?

Ancião :
Você mesmo disse. Comunistas morreram por sua ideologia. Eles não morreram por eventos reais. Através de uma ideologia é muito fácil enganar e conduzir homens porque é uma característica da alma humana sacrificar-se por algo em que acredita, e isso explica por que tantos comunistas morreram por sua ideologia. Mas isso não nos obriga a aceitar essa ideologia como algo verdadeiro.
Pois uma coisa é morrer por idéias, e outra muito distinta é morrer por fatos.
Os Apóstolos não morreram por idéias. Nem mesmo pelo "Amai-vos uns aos outros", ou a qualquer outro ensinamento moral do cristianismo.
Os apóstolos morreram pelo seu testemunho dos acontecimentos sobrenaturais. Que vivenciaram E quando dizemos 'Eventos', queremos dizer que morreram por algo que pode ser capturado pelos nossos sentidos físicos sentidos, e ser compreendido por eles.
Os apóstolos sofreram o martírio por " que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida"(João I, 1)
Assim como a especulação inteligente de Pascal, dizemos que uma das três coisas a seguir aconteceram com os Apóstolos: ou eles foram enganados, ou eles nos enganaram, ou eles nos disseram a verdade.
Vamos pegar o primeiro caso. Não é possível para os Apóstolos terem sido enganados, porque tudo o que relataram, não foi relatado a ele por outros.
Eles viram com os próprios olhos e ouviram com seus próprios ouvidos, e assim foram as testemunhas de todas as coisas. Além disso, nenhum deles era dotado de uma imaginativa personalidade, nem tinham qualquer inclinação psicológica que os fizesse aceitar a Ressurreição automaticamente.
Muito pelo contrário - elas eram terrivelmente desconfiados.
Os Evangelhos são extremamente reveladores em suas narrações sobre as suas disposições espirituais: eles mesmo desacreditaram algumas pessoas que tinham realmente visto O ressuscitado.
E uma outra coisa : Quem eram os Apóstolos, antes de Cristo Os chamar ?
Seriam eles, talvez ambiciosos políticos e visionários dos sistemas filosóficos e sociais, ansiosos por conquistar a humanidade e, portanto satisfazer as suas fantasias? Não, nada próximo disso. Eles eram pescadores analfabetos.
A única coisa que lhes interessava era pescar alguns peixes para alimentar suas famílias.
E mesmo após a crucificação do Senhor, e apesar
tudo o que tinham ouvido e visto, eles voltaram para seus barcos de pesca e suas redes. Em outras palavras, não há um um único vestígio de elaboração pessoal desses homens sobre todas as coisas que estavam para acontecer. Foi somente após o Dia de Pentecostes, "quando receberam força a partir do Alto” que estes homens simples se tornaram os professores do universo.
Vamos a segunda hipótese de Pascal : Será que eles nos enganaram? Eles mentiram para nós? Mas então, por que eles nos enganariam? O que eles teriam ganho mentindo? Dinheiro? Status? Glória?
Pois para alguém contar uma mentira, este alguem deve esperar algum tipo de ganho.
Os Apóstolos, porém, com a pregação Cristo - que de fato Cristo foi crucificado e ressuscitou - as únicas coisas que asseguraram para si foram:
dificuldades, , apedrejamentos, naufrágios, fome, sede, nudez, ataques dos ladrões,espancamentos, prisões e, finalmente, a morte.
E tudo isso, por uma mentira? Seria tolice, sem dúvida, de forma que não podemos também considerar a segunda hipotese de Pascal.
Consequentemente, os apóstolos não se enganaram, nem nos enganaram.
Isso nos deixa a terceira escolha: Eles nos disseram a Verdade.
Gostaria também de salientar outra coisa aqui: O Evangelistas registraram a verdade dos acontecimentos históricos. Eles descrevem os acontecimentos, e só os eventos.
Eles não recorreram a qualquer juízo pessoal. Eles não elogiam ou criticam os personagens. Eles não fazem nenhuma tentativa de exagerar um evento, nem eliminar ou subestimar o outro. Eles permitem que os acontecimentos falam por si mesmos.

Ateu:
Mas você não está excluindo a possibilidade de que, no caso de Cristo, ocorreu apenas um incidente de morte aparente? Pois em um outro dia, os jornais escreveram sobre alguém na Índia que enterrado, mas que sendo exumado três dias após seu enterro, foi encontrado ainda vivo.

Ancião : Minha pobre criança! Vou recordar as palavras do abençoado Agostinho: "Ó, infiel, você não está realmente desconfiado, na verdade, você é o mais crédulo de todos, pois você aceita as coisas mais improváveis, e mais irracionais, as mais contraditórias, a fim de negar um milagre! "
Não, meu filho. Não foi um caso de morte aparente com Cristo. Primeiro de tudo, temos o testemunho dos centuriões romanos, que tranquilizaram a Pilatos sobre a certeza da morte de Cristo.
Então, o nosso Evangelho nos informa que no mesmo dia de sua Ressurreição, o Senhor foi visto conversando com dois dos seus discípulos, caminhando para Emaús, que era mais do que dez quilômetros de Jerusalém.
Você pode imaginar alguém, que poderia passar por todos as torturas que Cristo sofreu, e três dias depois de Sua "Morte aparente",estar tão disposto para poder realizar tal coisa? Nem se Ele tivesse sido alimentado com canja de galinha durante quarenta dias para ser capaz de abrir os olhos, andar e falar como se nada tivesse acontecido!
Quanto ao tal hindu do seu exemplo, ele foi castigado, submetido a uma flagelação ?
Ele foi acoitado por um chicote cuja as tiras, cada uma, tem um pedaço de chumbo costurada nelas, com pregos afiados de ossos ou anexado em suas pontas ?
Traga-o aqui para que possamos ver o que a coroa de espinhos cravada em sua cabeça deixou como marcas. Pois talvez quando este Hindu tenha sido crucificado, alguem tenha dado a ele vinagre para beber quando este disse ter sede, e aí alguem pode ter o perfurado como uma lança, e depois o colocaram em um tumulo...
Se após tudo isso ter acontecido com ele, este Hindu retornou dos mortos, nós podemos ficar interessados em comparar as historias.

Ateu:
Certo , mas todos os testemunhos que você tem aqui exposto pertencem aos discípulos de Cristo. Existe algum testemunho sobre este assunto, que não venha do seu círculo de Discípulos? Há algum historiador, por exemplo, que pode certificar a Ressurreição de Cristo? Se assim for, então eu também acreditarei no que você diz.

Ancião :
Pobre criança ! Você não sabe o que está dizendo agora! Se tivesse havido historiadores que testemunharam o Cristo ressuscitado, eles teriam sido obrigados a acreditar na Sua ressurreição e teriam registrado tais eventos como crentes, o que faria você os rejeitar como fontes de testemunho isento, da mesma forma que você rejeita o testemunho de Pedro, o testemunho de João, etc...
Como pode ser possível, para alguém que realmente testemunhou a Ressurreição, este alguem não se tornar cristão? Vou lembrá-lo que eu já apresentei os historiadores que você está pedindo , pois como já disse anteriormente, os únicos verdadeiros historiadores são os Apóstolos.
No entanto, temos tambem testemunhos do tipo que você quer, de alguém que não pertencia ao círculo de discípulos do Cristo: Este é Paulo.
Paulo não só não era um discípulo de Cristo, como ele mesmo perseguia a Igreja de Cristo implacavelmente!

Ateu:
Mas dizem que Paulo sofria de insolação e que sua conversão foi causada por uma alucinação.

Ancião : Meu filho, se Paulo estava alucinado, a única coisa que poderia ter vindo à tona seria o seu subconsciente. E no subconsciente de Paulo, os Patriarcas e os profetas teriam aparecido a ele, que poderia ter delirado com as visões de Abraão, Jacó e Moisés, mas nunca de Jesus, a quem considerava um agitador e uma fraude!
Você pode imaginar uma velhinha ortodoxa e fiel ver Buda ou Júpiter em seu sonhos ou em um delírio? Seria mais provavel ela ver São Nicolau ou Santa Bárbara, porque ela
acredita neles.
E só mais um detalhe: Com Paulo, temos o registro dos seguintes fenômenos miraculosos: Primeiro de tudo, o abrupto da sua conversão. Direto da infidelidade a fé, sem nenhuma etapa intermediária preparatória.
Em segundo lugar, a firmeza de sua fé. Ele não vacilava, não tinha dúvidas.
E em terceiro lugar, a sua fé durou por todo o tempo de sua vida. Você acredita que todas essas coisas podem acontecer depois de um caso de insolação? Essa explicação não pode de forma alguma, seratribuída como causa.
Se você pode refutar isso o faça, mas se não for possível, então você deve admitir o
milagre. E você deve saber que para um homem do seu tempo, Paulo foi excepcionalmente bem-educado. Ele não era um simples homem mediano que ficou totalmente debil
Além disso, vou acrescentar mais alguma coisa.
Nós, hoje, meu filho, estamos vivendo em uma época excepcional. Estamos vivendo o milagre da Igreja de Cristo.
Quando Cristo disse sobre a Sua Igreja que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela"(Mateus 16:18), seus seguidores contavam em um número muito reduzido.
Quase dois mil anos se passaram, desde aquele dia. Impérios desapareceram, filosófias e sistemas foram esquecidos, as teorias do mundo desmoronaram, mas a Igreja de Cristo permanece indestrutível, apesar das dramáticas e contínuas perseguições a qual fora submetida. Isso não é um milagre?
E uma última coisa : No Evangelho de Lucas diz que, quando a Santa Mãe de Deus visitou Isabel (mãe de João Batista) depois da Anunciação, ela foi recebida com as seguintes palavras:
"Bendita és tu entre as mulheres". E a Santa Mãe de Deus respondeu o seguinte: "Meu coração engrandece ao Senhor. Eis que a partir deste momento, todas as gerações me chamarão bem-aventurada ".
Quem era a Santa Mãe de Deus naquele momento? Ela era apenas uma obscura filha de Nazaré. Quantos sabiam dela? E no entanto, desde esse dia em diante, imperatrizes foram esquecidas, nomes de mulheres ilustres foram extintos, mães e esposas dos grandes generais entraram em esquecimento.
Quem se lembra ou mesmo conhece, a mãe de Napoleão ou a mãe de Alexandre, o Grande? Quase ninguém. Mas milhões de lábios em cada canto do mundo, ao longo dos tempos, veneram a humilde filha de Nazaré, a "mais veneravel que os Querubins e incomparavelmente mais gloriosa que os Serafins".
Somos ou não somos nós, o povo do século XX, que consagra como verdadeiras as palavras da Santa Mãe de Deus?

Ateu:
Eu tenho que admitir que seus argumentos são bastante sólidos.Mas gostaria de lhe perguntar mais uma coisa: Você não acha que Cristo deixou a Sua obra inacabada?
Ou seja, a menos que Ele nos tenha abandonado. Não posso imaginar um Deus que permaneceria indiferente ao sofrimento da humanidade. Estamos aqui labutando, enquanto Ele, até lá, permanentemente apático.

Ancião :
Não, meu filho. Você não está certo. Cristo não deixou Sua obra inacabada. Pelo contrário, Ele é o único caso na história em que uma pessoa tem a certeza de que Sua missão foi cumprida, e não tinha mais nada para fazer ou dizer. Mesmo o maior dos filósofos, Sócrates, que discutiu e ensinou durante sua vida inteira, e no final compôs uma intrincada "Apologia", certamente ainda teria mais a dizer se tivesse continuado vivo.
Somente Cristo - na faixa de tempo de três anos – ensinou o que Ele tinha para ensinar, fez o que tinha que fazer e, finalmente disse (na cruz): "Tudo está consumado". Outra amostra de Sua perfeição e autoridade divina.
Quanto ao abandono que você mencionou, eu posso entender a sua preocupação.
Sem Cristo, o mundo passa a ser um teatro de insanidades. Sem Cristo, você não pode explicar coisa alguma: por que existem tristezas, injustiças, falhas, doenças, por que isso e porque aquilo .... e seguremos em uma monumental lista de "porquê" s.
Tente entender! O homem não pode se aproximar de todos esses "Porquê" s com sua lógica finita.
É somente através de Cristo que tudo pode ser explicado.
Meu filho, Cristo nunca nos abandonou. Ele está sempre conosco como um amigo e um defensor, até o fim dos tempos. Mas você só vai perceber isso quando você se tornar um membro consciente da Sua Igreja e receber os Sacramentos.

Re-publicado a partir do livro " A vida e ensinamentos do Geronta Ephifanios".

Diálogo entre um ancião e um ateu - parte 1


Em uma manhã, o Ancião Epiphanios Theodoropoulos recebeu em sua cela três visitantes que desejavam conversar com o monge. Um deles era um ateu ideológico e comunista.
De repente, alguém veio correndo e informou que a cidade de Atenas tinha sido inundada com fotografias de Mao Zedong, com a inscrição: "Glória ao grande presidente". Era o dia em que o ditador chines tinha morrido.

Ancião Epiphanios :
Essa é a maneira como as coisas estão, meu filho. Não existem ateus, mas sim apenas existem os idólatras, que retiram Cristo do Seu trono e em seu lugar entronizam os seus próprios ídolos.
Nós dizemos: "Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo ". Eles dizem: "Glória ao grande Mao".
Você pode escolher o que você prefere.

Ateu:
Mas você também pode escolher a sua droga, vovô. A única diferença é que você a chama de Cristo, outros chamam de Alá, ou Buda, etc etc ...

Ancião:

Meu filho, Cristo não é uma droga. Cristo é o Criador de todo o universo. Ele é quem governa tudo sabiamente, desde a multidão infinita das galáxias, até as mínimas partículas do microcosmo.
Ele deu a vida para todos nós. Ele é quem te trouxe neste mundo e concedeu-lhe liberdade, esta que te permite duvidar e até mesmo negá-lo.

Ateu:
Vovô, é um direito seu acreditar em todas essas as coisas. Mas isso não significa que elas são verdadeiras. Você tem alguma prova?

Ancião:
Você acha que tudo isso é apenas um conto de fadas, não é?

Ateu:
Naturalmente.

Ancião:
Você tem alguma prova sobre ser os meus pontos, partes de um conto de fadas?
Você pode provar que o que eu acredito é falso?

Ateu: ...

Ancião:
Você não respondeu, porque não tem nenhuma prova para apresentar.
Isso significa que você quer acreditar que os elementos da fé cristã são contos de fadas.
Eu falei sobre crer quando me referi a Deus, mas você, apesar de rejeitar a minha crença, essencialmente mantem a sua posição unicamente baseado naquilo que você deseja crer, sem qualquer prova para se embasar.
No entanto, diferentemente de você, devo dizer que a minha crença não é algo "surgido do nada". Há sim certos eventos sobrenaturais, sobre os quais esta fé se fundamenta.

Ateu:
Vamos com calma! Já que estamos falando de fé, o que você diria a muçulmanos ou budistas por exemplo? Porque eles também falam sobre crença, eles também têm altos padrões morais. Porque a sua crença é então melhor que a deles?

Ancião:
Ah,então vejamos! O critério do que é verdade será então determinado por esta sua questão?
Então a sua pergunta na verdade é: Se existe uma verdade, ela não pode estar em várias partes. Então, quem é o “dono da verdade”?
Pois bem, esta é a sua questão, e não se há uma ou outra "melhor ou pior verdade".
Eu concordo, que outras crenças também têm ensinamentos morais.
Naturalmente, os ensinamentos morais do cristianismo são incomparavelmente superiores.
Mas, não acreditamos em Cristo por causa de seus ensinamentos morais, em razão do Seu pedido: "Amai-vos uns aos outros", ou por seus sermões sobre a paz e a justiça, liberdade e igualdade.
Não! Nós cremos em Cristo, porque a Sua presença na Terra foi acompanhada de eventos sobrenaturais, sinais de que Ele é Deus.

Ateu:
Olha, eu também reconheço que Cristo foi um importante filósofo e um grande revolucionário, mas não vamos fazer Dele um Deus em razão disso ...

Ancião:
Meu querido filho! Todos os descrentes ao longo da história tem sido fisgados por esse detalhe.
A espinha de peixe que fica na sua garganta, aquilo que você simplesmente não consegue engolir é exatamente isso: que Cristo também é Deus.
Muitos deles estariam dispostos a dizer a Cristo: "Não diga a que Tu és o Deus encarnado, apenas diga que você é um ser humano comum, e estaremos mais do que prontos para deificar você. Por que você quer ser um Deus encarnado, e não um humano divinizado? Estamos dispostos a glorificar a Ti, proclamar que Você é o maior entre os homens, o mais santo, o mais ético, o mais nobre, insuperável... não é o suficiente para você?"
Ernest Renan, ele era o líder do coro dos negacionistas, trovejava o seguinte, no que diz respeito a Cristo:
"Por dezenas de milhares de anos, o mundo será elevado através de Você, e Você é a pedra fundamental da humanidade, e se alguem tentar erradicar o seu nome, fará o mesmo que tentar destruir os fundamentos do mundo, e até a eternidade se deve anunciar que, entre os filhos dos homens, nunca houve alguem nascido que possa superar Você".
Mas isso é o limite de Renan. Na sequência desta ode, ele diz : “Mas Deus, você não é!"
E todos esse pobres coitados descrentes não podem perceber que todas essas
coisas constituem uma tragédia indescritível! Seu dilema é inevitavelmente implacável: ou Cristo é um Deus encarnado e, nesse caso, Ele é, na verdade, não só o mais ético, mas sim o personagem mais sagrado e nobre da humanidade, ou Ele não é um Deus encarnado e, nesse caso, Ele não pode ser nem mesmo nobre ou ético.
Na verdade, se Cristo não é Deus, então nós estamos falando sobre o mais horrível, o mais atroz, e da existência mais desprezível na história da humanidade!

Ateu:
O que você acabou de dizer?

Ancião:
Exatamente o que você ouviu! Pode ser uma declaração de impacto, mas é absolutamente verdadeira. E vou te explicar.
Deixe-me perguntar: O que todos os homens verdadeiramente grandes dizem sobre si, ou sobre a opinião que eles têm de si mesmos?
O "mais sábio de todos os homens", Sócrates, proclamou que "Descobri que nada sei".
Todos os homens importantes do Antigo e do Novo Testamento, desde Abraão e Moisés, até João Batista e o Apóstolo Paulo, se caracterizaram como "Terra e cinzas", "miseráveis", "monstruosidades", etc.
Mas, curiosamente, a atitude de Jesus é exatamente o oposto disso!
E eu digo estranhamente, porque seria natural e lógico para Ele ter uma atitude semelhante. Na verdade, por ser muito superior e por superar todos esses santos citados, Ele deveria ter tido uma ainda mais rebaixada e mais humildes opinião de si mesmo.
Pois sendo eticamente mais perfeito do que qualquer outro, Ele deveria ter ultrapassado todos na auto-recriminação e na humildade, indo do momento da Criação do mundo até o fim do Tempo. Contudo, nos observamos o oposto!
Primeiro de tudo, Ele proclama que Ele é sem pecado:
"Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes?"(João 8:46). "Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim."(João 14:30).
Ele também declara idéias muito elevada de Si mesmo: "Eu sou a luz do mundo"(João,8: 12); "Eu sou o caminho, a verdade e a vida"(João 14:6).
Mas, além disso, Ele também exorta a todos a necessidade de dedicarem amor absoluto à sua pessoa. Ele até penetra no Santo dos Santos das relações do homem e diz:
"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim." (Mateus 10:37). "Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra" (Mateus 10:35).
Ele ainda exige uma vida e uma morte de martírio dos Seus discípulos:
"Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios...
E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo... Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á..."(Mateus 10:17 em diante).
E agora eu pergunto: Alguém ao longo das épocas já se atreveu a exortar aos homens abandonar as suas próprias vida em devoção a si? Alguém já se atreveu a proclamar a propria absoluta impecabilidade? Alguém já se atreveu a proferir as palavras: "Eu sou a verdade"? (João 14: 6) Ninguém, nunca!
Somente um Deus pode fazer isso.
Você consegue imaginar o seu Marx proferindo coisas como essa? Todos os seus seguidores o considerariam como um lunático e ninguém estaria disposto a segui-lo!
Agora, basta considerar quantas pessoas sacrificaram tudo por amor a Cristo, até mesmo as suas vidas, unicamente por terem acreditado na veracidade das suas palavras sobre Si mesmo!
Se as Suas proclamações fossem falsas sobre Si mesmo, Jesus teria
sido o personagem mais desprezível da história, por ter levado tantas pessoas a tal sacrifício inutilmente! Pois apenas um homem, não importa quão grande, quão importante, o quanto fosse sábio, mereceria uma oferta e um sacrifício tão grande? Ninguém!
A não ser que este tal homem fosse Deus!
Em outras palavras: um homem comum que demandasse tal sacrifício de seus seguidores teria sido a pessoa mais repgnante da história.
Cristo, porém, tanto exigiu quanto conseguiu.
No entanto, apesar desta 'Realização', foi proclamado por muitos dos negadores de Sua divindade como sendo a figura mais nobre e mais santa em toda a história. Assim, ou os negadores estão sendo ilógicos quando proclamam esta figura mais desprezível como "santo", ou, devem, a fim de evitar qualquer falta de lógica ao racionalizar a co-existência das exigências de Cristo e Sua já reconhecida santidade, aceitar que Cristo continua a ser a figura mais nobre e mais santa de toda a historia da humanidade, mas somente sob a condição de que Ele é também Deus!
Caso contrário, como dissemos, Ele seria, não o mais santo, mas sim a figura mais desprezível da história, pois teria sido o responsável pelos maiores sacrifícios de todas as epocas em nome de uma mentira!
Assim, a divindade de Cristo é lógicamente comprovada por Seus negadores, quando estes reconhecem a Sua santidade !

Ateu:
Tudo o que você acabou de dizer é realmente muito impressionante, mas são especulações. Você tem algum fato histórico que confirme a sua divindade?

Ancião:
Eu lhe disse no início, que as provas de Sua Divindade são os eventos sobrenaturais que tiveram lugar enquanto Ele estava aqui na terra.
Cristo não repousou sobre a proclamação das verdades , mas sim fez demonstrações dessas verdades com milagres também.
Ele fez as pessoas cegas ver e aleijados andar, Ele satisfez a fome de cinco mil homens com apenas dois peixes e cinco pães, Ele ordenou os elementos da natureza e eles obedeceram, Ele ressuscitou os mortos, entre os quais estava Lázaro, quatro dias após sua a morte.
Mas o mais surpreendente de todos os seus milagres foi a Sua própria Ressurreição.
Todo o edifício do cristianismo é suportado no acontecimento da Ressurreição.
E isto não uma especulação pessoal minha.
O apóstolo Paulo disse: "Se Cristo não tivesse ressuscitado, nossa fé seria "inútil". (I Coríntios,15: 17).
Se Cristo não ressuscitou, então tudo desmorona.
Mas Cristo ressuscitou, o que significa que Ele é o Senhor da vida e da morte, pois é Deus.